domingo, 28 de setembro de 2008

NA CALADA DA NOITE, UMA CONFISSÃO

Ao longo destes 27 anos e meio de vida, sofri muitas críticas sobre isso, mas o fato é que eu apóio e acredito no potencial do sushi de churrascaria. Não só do sushi, mas também do sashimi e qualquer outra referência à culinária japonesa dentro deste tipo de restaurante que, por excelência, tem variedade de tudo e, geralmente, gosto de nada.

É claro que a consistência do sushi de churrascaria é um tanto disgusting: a alga não raro está com a aparência da pela de uma velhinha que acabou de sair da hidroginástica. Mas digo por experiência própria: até chegar em São Paulo, quando eu era só um menino franzino do interior, adorava um churrascão e abominava comida japonesa. E foi nalguma churracaria da vida que garfei meu primeiro sushi e disse "isso pode ser bom, mesmo tendo essa consistência desagradável". Semanas depois fui até um japa de responsa e agora dificilmente passo mais de 15 dias sem bater um PFão com shimeji e aquele sorvete de alga que as pessoas insistem em chamar de temaki (aliás, que conste: praticamente nunca vou a churrascarias).

Talvez o fato do sushi paliativo não ser bem feito contribua para uma experiência positiva no restaurante japonês: depois de comer o ruim, fui testar o original que, por pior que estivesse, estava muito melhor. Logo, o gosto do original pareceu excepcional e me peguei assim, praticamente apaixonado pela culinária dos chineses do Japão.

Portanto, fino leitor, termino este post com um recado de auto-ajuda: goze o ruim de hoje para valorizar o mais ou menos de amanhã. Chupa, Roberto Shinyashiki, que está para a literatura assim como os shushis de churrascaria estão para a gastronomia.

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