segunda-feira, 21 de julho de 2008

IT HURTS TO SET YOU FREE, BUT YOU´LL NEVER FOLLOW ME

Quando todos os seus ídolos têm mais de 60 anos, se não há algo errado com você, certamente o há com o restante da humanidade. Mas não seria esta última uma hipótese arrogantemente improvável?

Se Che Guevara saísse vivo da selva boliviana, quem garante que não seria ele quem teria promovido o neoliberalismo na América Latina durante os anos 80?

Será que um sessentão Jim Morrison, ídolo de 9 em cada 10 adolescentes revoltadóides, não estaria hoje dividindo os palcos com Britney Spears?

Por outro lado, se Brizola tivesse morrido na década de 60 e não em 2004, depois de tantas alianças políticas espúrias e tantas frases infelizes, não estaríamos agora carregando cartazes com a inscrição "Brizola Vive"?

O tempo é implacável em abalar valores de muitas das grandes pessoas que estão vivas. Na pior das hipóteses, os anos os transformam em bobões chatos que abrem a boca para exalar o mau álito anacrônico que tomou o lugar de antigas palavras de sabedoria.

Em todo caso, ainda é muito melhor que não ter ídolos.

Ou não?

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