Do enviado a Miami, sem gravata amarela
Pois é. Quis o destino que eu, sempre tão esquerda Jack Daniels, sempre tão quase-revolucionário de botequim, fizesse minha primeira viagem internacional para Miami, paraíso dos aspirantes a Roberto Justus. Cabe-me a ventura de ter vindo a trabalho e não a passeio ou compras – aliás, muito menos a compras, e que me perdoem as 15 pessoas que souberam da empreitada e que tentaram me encomendar quinquilharias. Não, não vesti a gravata amarela, última moda entre os executivos que têm a Flórida como símbolo de status.
Veja se essa vida não é irônica: por ser um vôo de fim de junho e, conseqüentemente, de fim de férias, as Tia Augusta e Stella Barros da vida fizeram o favor de lotar o meu redor de adolescentes nhenhenhéns no avião, todos com destino à Disneylândia. Pior: ainda no aeroporto de Miami, passei duas horas na fila da alfândega americana junto da Hebe Camargo (fotos no Flickr em breve), que, com seu cabelo tão amarelo quanto um pudim estragado, tirava fotos com a rapaziada e distribuía o seu chavão favorito: “Obrigado, gracinha”, “Também adoro vocês, gracinhas”, e por aí vai.
Faz um calor abismal em Miami. Como a temperatura é em Farenheit e eu fugia das aulas de Termologia, suspeito que esteja por volta de 32 graus Celsius (sempre quis ter um cachorro chamado Celsius), sem o menor indício de vento.
Falando em termômetro, dois fatos relevantes ocorreram na América Latina nesta quarta-feira e que de alguma forma me fizeram sentir com força a quentura de nuestra latinidad. Primeiro, o desseqüestro daquela tia colombiana chamada Ingrid Betancourt (a imprensa já torcida pela soltura dela porque não agüentava mais ilustrar estas notícias com as mesmas fotos de seis anos atrás, quando ela foi presa). Segundo, o futebol, com a conquista da Libertadores da América pela primeira vez por um clube equatoriano, a Liga Deportiva Universitaria, a LDU, sobre o Fluminense.
Com a notícia de que Ingrid Betancourt estava livre, muita gente do trabalho parou para ver TV – o escritório está cheio de colombianos aqui, e eles gostam tanto de política quanto nós de futebol. A grande polêmica ficou por conta da discurso de Ingrid, que agradeceu a todo mundo, menos ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.
À noite, fui com o amigo Alvez ver o Flu x LDU num bar parecido com qualquer um dos Jardins (só que a era comida boa), com uma diferença e uma curiosidade. A diferença é que vi a decisão por pênaltis ao som alto de remixes de Duran Duran, porque eles não desligam a música pra ver o jogo. Não tem jeito, eles não entendem a liturgia do futebol. A curiosidade, que provavelmente jamais vou repetir na vida, é ver a conquista do time do Equador ao lado de ao menos cinco equatorianos fanáticos pela LDU. Ao fim da partida, ficaram todos bêbados, saíram berrando e não paravam de ligar aos amigos no Equador, aos prantos. Eu entendo esses equatorianos. Quando a gente está longe de casa, gosta um pouquinho mais dela.
Na saída do bar, encontramos uma colombiana que trabalha no escritório. Tocamos no assunto Ingrid Betancourt para ouvir, de bate-pronto: “Aquella grã-puta!!!”. A colega ficou uns 15 minutos ininterruptamente falando mal da ex-seqüestrada. A moça em questão é uma uribista fanática, rival político de Betancourt. O fato é que provavelmente a última vez em que a América Hispânica esteve duas vezes com tanta evidência na mídia mundial no mesmo dia foi quando o Francisco Pizarro desceu da caravela e matou uma rapeize morena ali pelas bandas do Peru.
Bom, por hora é o suficiente. Fico aqui durante o 4 de julho - agitar uma bandeira de Cuba durante a marcha e ser deportado ou não? - e no fim de semana, quando pretendo esticar até Palm Beach para tirar fotos na loja onde o Henry Sobel roubou umas gravatas. Talvez eu roube uma amarela. Que o Roberto Justus esteja com vocês.
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