terça-feira, 9 de outubro de 2007

CAMPANHA PELA PROLIFERAÇÃO DO ROLEX EM PULSO ALHEIO E UM PROTESTO SEM SENTIDO

Ao que parece, um motoboy emparelhou o Luciano Huck numa esquina do Itaim e ficou com o relógio dele. Indignado, Huck mandou um texto ao seu jornal predileto reclamando das balas de caramelo que não tomou após o cafezinho. Para o caso de o Kaspar Hausen ler este blog e não saber quem é o Luciano Huck, digo que ele é uma espécie de Platão de Moema, até então com um Rolex no punho, agora apenas com a indignação na cabeça.

Eu não queria falar sobre a carta em questão, nem sobre a resposta do Ferrez, e sim do Rolex. Na hipótese de você, fino leitor, ganhar por mês uns 800 salários mínimos, peço por gentileza para sair às ruas de Rolex em punho. Cada vez que um bandido roubar um relogião desses nas ruas, umas quinze pessoas normais deixam de ser assaltadas, tamanho é o investimento que o bandido em questão acaba por fazer. É a distribuição de renda chegando também ao submundo do crime. Ou, como diria Leibniz, citado pelo próprio Luciano Huck nos sábados à tarde: "Loucura, loucura, meu".

Agora, o ícone Francisco Cuoco foi assaltado outro dia e ninguém fala, né? Aposto que quando o Agnaldo Rayol, nosso Pavarotti da Matriz da Sé, tiver um radinho de pilha roubado antes de entrar numa igreja para cantar no casamento, nem o Diário de S. Paulo vai dar uma notinha. Como diria a vizinha do Nelson Rodrigues, gorda, patusca e cheia de varizes: "Hoje ninguém mais valoriza o artista". A lamentar.

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