Volto ao assunto vegetais, mas não me considerem um obsessivo. A redação de SorryPeriferia foi inundada por cartas de papel reciclado vindas de veganos das mais variadas espécies após o penúltimo post, que relata a relação freudiana entre os restaurantes vegetarianos e a carne, esta última aqui apenas em seu sentido degustativo mesmo. Três adolescentes vegans declararam ter feito vudu contra mim, dando agulhadas em uma batata gigante, sendo esta uma representação de minha humilde pessoa. Por outro lado, um hare krishna diz ter encontrado a luz, estando internado há cinco dias em uma churrascaria da zona sul acossado por uma súbita vontade de comer maminha freneticamente. Chupa, Maharishi.
O fato é que o comentário da estagiária e aspira Juliana Canhestra naquele post alertou para minha ignorância quanto ao termo veganismo. Escrevi "vega" no Google quando o correto é "vegan", o que apenas é mais feio. Logo, os vegans cultuam os bichos de tal forma que não comem nada que derive deles, nem leite, nem ovos – e isso vai de encontro ao que então escrevi.
A correspondência da leitora vegana Henriqueta Zucchini foi uma das mais exaltadas: “Há 15 anos não consumo carne, ovos ou leite. Fui feliz casada com um nabo por sete anos até ele entrar numa receita alternativa de salada ceaser e cumprir sua missão na Terra. Estou tão anêmica que poderia participar dos Simpsons sem ter que me pintar de amarelo, mas considere que sou extremamente feliz com isso, seu onívoro deplorável”.
À senhorita Zucchini respondo que cada um sabe o que faz da vida. Porém, antes de tudo, este é um blogue que está aí para sacanear, não para explicar, de modo que gostaria de enxergar a situação pelo viés da bazófia.
Vamos simular uma cena que, do ponto de vista vegan, é degradante: um porco sendo abatido no matadouro. O bicho está lá, quieto, comendo sua lavagem, quando chega o assassino e seu avental branco todo sujo de vermelho – já havia matado 12 porcos naquela manhã. O porco ergue as orelhas, levanta a sobrancelha direita e pensa consigo mesmo: “Fudeu”. É quando o algoz pede a ele que se levante e, quando obedecido, dá-lhe um tiro no coração (os matadouros da minha imaginação são muito mais emotivos que os da vida real, onde provavelmente o algoz passa a faca no pescoço do bicho e estamos todos conversados).
Cruel? Talvez. Mas passamos para uma cena similar onde a vítima passa a ser um pé de alfafa. Lá está ele na horta, dialogando suas folhas com o vento, a organizar um balé com os mosquitos que nele vão pousar. Aí chega o mesmo algoz, com seu avental branco todo sujo de verde – já havia degolado 12 alfafas naquela manhã.
Perceba: por ser um animal, o porco ainda tem a chance de se defender. Ele pode atacar seu algoz, guinchar ou, na pior das hipóteses, morrer com dignidade. Dizem que, antes do fuzilamento, Che Guevara disse ao seu carrasco: “Saiba que está atirando em um homem”. O suíno bem poderia dizer: “Saiba que está atirando em um porco”, para depois cair com as patas no coração.
Mas e a alfafa? Imagine o desespero do vegetal. Vem o sujeito e amola a faca na frente dela, assobiando um sambinha do Nelson Sargento. E a alfafa sua. Sabe que vai morrer, mas não pode fazer nada: é só uma alfafa que não tem como se defender. E então o executor interrompe a atividade labial e crava o facão em seu corpo. Horror inenarrável. Qual morte é a mais cruel, a do porco revolucionário ou da alfafa que não tem como se defender? Eu voto na última.
Aguardo o próximo modismo gastronômico e, já de antemão, deixo uma sugestão: o veganismo mineral. Troca-se o leite e os ovos pelas pedras. Salada de soja com glúten e quartzo ao molho páprica. Chupa, Ferran Adrià.
P.S.: 68 animais foram maltratados durante a produção deste post.
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