quarta-feira, 1 de novembro de 2006

A MINHA PARTE DO HALLOWEEN EU QUERO EM PINGA

Guloseimas ou travessuras?


A hipótese de crianças gordinhas pedindo docinhos na minha porta todo dia 31 de outubro já seria motivo suficiente para comemorar não ter nascido nos Estados Unidos. "Guloseimas ou travessuras" é a frase mais estúpida que a humanidade já cunhou depois de "O Geraldo sem dúvida era a melhor opção", "Irã, Iraque e Coréia do Norte fazem parte do Eixo do Mal" e "Prometo colocar só a cabecinha". Infelizmente, o que há 15 anos era exclusividade de escolas de inglês das mais chatas virou parte do calendário brasileiro. Hoje fui trabalhar e a secretária gostosa estava vestida de vampira (espero sinceramente que no carnaval ela venha de cabrocha). Sem contar as inúmeras aranhinhas de brinquedo que forravam a redação.

Pois bem, reza a lenda que os Estados Unidos são detentores de uma cultura popular que tem par somente na brasileira. O problema é que, em termos de folclore do Tio Sam, o que me vêm à cabeça é essa coisa aborrecedora que convencionou-se chamar de Halloween, e aquele estranho hábito de vestir um capuz branco e pendurar uma cruz em chamas no quintal de uma família de negros. Creio que até o chupacabra, esse simpático exemplar do folclore popularesco tupiniquim, é mais saudável que os exemplos acima. Tem também aqueles caras que usam umas calças tão apertadas que devem ocasionar assaduras, e que ficam dançando música country com passinhos ridículos e segurando o chapéu.

Em verdade, prefiro entender a "riqueza da cultura popular" dos States como um fenômeno particular da música dos caras. Porque de música eles entendem pacas, quase tanto quanto a gente. Agora, se um dia vier um vizinho bater na minha porta no dia 31 de outubro perguntando por "guloseimas ou travessuras", juro que dou-lhe uma traulitada nos cornos tamanha que o cidadão vai bater na porta do próximo vizinho perguntando por "band-aid ou dorflex". A minha parte do Halloween eu quero em pinga.

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