sábado, 25 de dezembro de 2004

"Toda minha vida andei sobre uma frágil ponte feita de medo, falta de dinheiro, culpa e busca do amor. Quando tudo vai indo muito bem, faz-se uma cagada. Eu me sentia culpado por não amar Milena, por não sentir esta dor maldita que faz com que você queira estar vinte e quatro horas por um dia com uma mulher. E quando isso acontece, ambos tentam fazer a vida do ser amado a mais miserável possível. Tenho certeza de que se eu tivesse dado chance ao amor, ele acabaria vindo de modo discreto, sereno, elegante como um analgésico na veia e não como uma overdose de heroína, que acaba sempre confundindo o amor com desejo de morte. Quem tem medo, quem tem culpa, faz cagada. Entrei numa sucessão delas".


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Fausto Wolff, À Mão Esquerda.

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