Em um certo núcleo de publicações infantis e adolescentes da editora da árvore verde, onde ficam a Capricho e a Playboy, há um sub-núcleo esquecido onde se encontra uma revista obscura para crianças chamada Intervalo (seria Recreio? Algo assim. Vai saber). Esta revista carrega consigo um paradoxo jornalístico: fazer uma revista para indivíduos que não sabem ler, e que não são cegos. Afinal, graças ao governo Covas, crianças que vão mal na escola não podem repetir de ano, o que está formando uma geração paulista de burros, toupeiras e escritores de auto-ajuda. A revista acaba indo cada vez pior, já que criança alguma consegue mais ler.
Pois tenho uma idéia única, genial e modesta, inspirada no que Morgan Spulock estudou e dedou sobre o McDonalds naquele filminho engraçado: seduzimos as crianças, não no sentido patírico da coisa, é claro. Trata-se de uma seção sobre sexo e que tais na Recreio. Assim, os pimpolhos vão aprendendo a gostar da coisa e, futuramente, sem perceber, estarão comprando Playboy, Vip, a PHT e qualquer coisa que tenha um par de nádegas bem fornido na capa. Como primeira pauta, sugeri para a estagiária da revista que contasse a história da macarronada à la putanesca, surgida num bordel da Itália. Depois passasse para as melhores brincadeiras de médico, com depoimentos e um guiazinho prático para brincar sem restrições. As melhores cantadas para testar em sua professora de história, aquela balzaquiana gostosona. E - por que não? - patrocinar um campeonato de strip-super trunfo. Enfim, sacanagem com glamour. Mas a estagiária, sem visão mercadológica da coisa e preocupada com a formação humanística de seu próprio rebento, rechaçou a idéia.
Minha cara, saiba que formação humanística é coisa de viado. Você não entende o que é esse mundo, não sabe se vender, não se preocupa com nádegas e pensa que criança gosta de salamandras e guloseimas.
Mandasse eu aqui e te mandaria pro almoxarifado. Como diria aquele outro: "Caia sobre mim, ó mais valia!".
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