quarta-feira, 8 de outubro de 2008

QUEM ME DERA TÁ SENDO UM PEIXE, PARA EM TEU LÍMPIDO AQUÁRIO TÁ MERGULHANDO...
Do enviado ao sul da Bahia

Após sucessivos porres à beira da praia, de ouvir um tatuador ambulante chegar pra mim e dizer "E aí, my friend, duiuanti a tatu?" e de observar um cão pitbull enorme e manso alucinadamente a tentar copular com uma senhora muito gorda que tomava sol na areia, concluí que, felizmente, os muitos meses de trabalho árduo não inibiram a minha capacidade de observar e/ou ser vítima de acontecimentos tão bizarros quanto fúteis. Faz parte da minha quintessência, seja lá o que quintessência signifique.

Achei um canto em Arraial d´Ajuda fora do eixo para turistas que faz um PF pantagruélico e honestíssimo por 10 reais. Trata-se de um botecão simplório de aparência similar àquelas mercearias de novela das oito que se passam no Nordeste (acho que a Globo desistiu delas neste década). Falando em novelas, dentro do bar, a meia dúzia de clientes bebia enquanto via a Patrícia Pillar fazendo malvadezas na tela da minúscula TV. Só conversavam no intervalo. E quando voltava deste, todos cerravam os olhos na tela novamente, concentrados. Depois dizem que novela é coisa de mulher: a única com cromossomos XX no recinto era a dona, que só olhava para a tela quando tinha gritaria.

Quando acabou a novela, debandada geral. Eu abocanhava o bife acebolado quando entrou outro local quarentão, barbudo, quase a gritar para a dona: "Bota na novela! Bota na novela!". A dona respondeu com desdém dizendo que tinha acabado de acabar. E o marmanjo: "Não essa! Bota na Pantanal!! Na Pantanal!!!".

Foi então que, direto da Bahia, onde vim para comer peixes mas que, com os preços absurdos destes, eu comia um bife acebolado, acabei também por observar tuiuius no lugar das gaivotas. Não que esteja reclamando. Aliás, tirando o ACM Neto, não tenho nada a reclamar da Bahia.

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