Matheus Zangari Pichonelli é uma figura ímpar. Olhando para aquele moleque com cara de coitado com um santinho no pescoço, você jamais diria que ele já se safou de quatro sífilis e que não consegue dizer três frases sem acrescentar gratuitamente a palavra "rola" no meio de cada sentença. Não rola de rolar. Rola de pipi mesmo.
Pois bem, Matheus é um referencial que tenho em muitas coisas: literatura, política, futebol, amizade e tudo mais (ele é fã de Belchior, Legião Urbana e Engenheiros do Havaí, mas essa parte eu relevo). No primeiro turno, ele escreveu um texto que considero definitivo para as eleições deste ano, por mais que eu tenha definido votar no Lula às vésperas do pleito. Eu já falei demais no primeiro turno sobre o que achava das opções vigentes. Agora, nesta segunda e última etapa, publico aqui esse texto feito por ele, que já havia me mandado por e-mail, e que agora está em seu próprio blog.
Eis:
Confissão
"Durante algum tempo, relutei em tomar posição. Mas, se algo de interessante foi proporcionado nestes dias com a ida dos candidatos à Presidência da República para o segundo turno foi o acirramento e, consequentemente, a necessidade de se assumir posturas. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva, com restrições. Passou longe de liderar o governo que dele se esperava, mas o asco que a sociedade, especialmente a paulista, guarda por ele é inaceitável. Faz lembrar o que foi o macarthismo nos EUA. Não foi um grande governo, poderia ser melhor. Mas não vou aceitar o discurso de um partido que se declara detentor dos votos ilustrados, enquanto o adversário se apóia na ignorância de um povo cego e com moedas na mão. Isso não é verdade.
Acho que houve avanços nestes anos. Desconfio que foram obscurecidos por retrocessos que, inegavelmente, ocorreram. Dizer que Bolsa Família é esmola só funciona pra quem nunca precisou.
O que foi Alckmin para São Paulo? Ele mente quando diz ter limpado as contas do Estado. Deixou um rombo de R$ 1,2 bi e, se não é fosse o Serra (que, restrições à parte, tem um abismo de distância em relação a ele), conseguiria levar até o fim a privatização de 20% das ações da Nossa Caixa (outros 29% o seu Geraldo já fez o favor de dar, a preço de banana, a um grupo espanhol).
Tem um grupo de aloprados, realmente, que chegou a Brasília em 2002. Atuou como se ainda estivesse no comando do sindicato. Mas os ministérios, como estão montados hoje, sem Dirceu e companhia, me deixam com esperanças de que esse pode ser um governo melhor. Dilma Roussef, Fernando Haddad, Guido Mantega são pessoas sérias e têm um projeto encaminhado.
Mais. Passei três anos sem que alguém sugerisse vender a Petrobras, a CEF, Banco do Brasil etc. Ninguém precisou vender nada para pagar dívida. Aliás, a relação dívida/PIB melhorou. O brasileiro come melhor. A renda aumentou. Muitos deixaram a pobreza e foram para a classe C. Gente que nunca pôde estudar hoje está na faculdade. Tem programa Brasil Sorridente e Luz para Todos que mudaram a vida de muita gente. O acesso ao crédito também hoje é mais fácil. Por onde Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) passou, aumentou o comércio com o Brasil. A Polícia Federal desmembrou dezenas de quadrilhas sem precisar dar um tiro.
Lula errou ao tentar governar um país com o apoio de quem não deveria. Pagou pedágio para ter propostas aprovadas, e isso é inaceitável. Me negaria a votar num presidente que quis criar o Conselho Federal de Jornalismo, mas me desaponto com as opções. Seria ótimo se tivéssemos, no segundo turno, uma opção à esquerda dele.
Alckmin mente quanto faz discurso social. Ele não tem projeto, passou a campanha berrando, sozinho. Alguém pode dizer algum projeto que ele tenha feito por SP em 12 anos (somado com o governo Covas). O que são as escolas públicas hoje? De que adiantou construir presídios?
O PT caiu sozinho, e isso não é mérito do tucano. Alckmin representa a farsa do pequeno-burguês: sorriso de bom moço com arrombos de autoritarismo. Em recente encontro com empresários, disse que a solução para a segurança pública era reforçar a dose da repressão. "Vai morrer gente, mas fazer o quê?", disse.
Ninguém perdeu o juízo a ponto de defender o que aconteceu no governo nos últimos quatro anos. A imagem do grande líder da nação estará para sempre comprometida pelas imagens de Delúbio e Silvio Pereira. Mas não quero retroceder e pedir para voltar ao tempo em que PSDB mandava e desmandava no país. FHC deveria ser banido do país. Cometeu o maior estelionato eleitoral da história ao esconder do país que tinha um acordo com o Tesouro americano para desvalorizar o real assim que reeleito, em 98. E assim o fez.
Durante algum tempo, me neguei a assumir minha posição. E me desencantei. Mas sei que aqui se paga um preço caro ao admitir que, sim, acho que o país é ruim com o PT, pior sem ele. Não temos terceira via.
O que resta é medir forças. E somar dois e dois. O resto é arrogância ou preconceito.
Conta a História que partido político no Brasil já nasce de uma estrutura burocrática do Estado: são apenas subdivisões de partidos que já estavam no poder. Quando o bolo é mal dividido, forma-se uma nova tendência e cria-se uma nova sigla _liderada por líderes insatisfeitos.
O PT, por sua vez, era um sonho. Dos trabalhadores, de alas da igreja e dos movimentos sociais. Hoje luta para existir. Enquanto for possível lutar, deve-se somar forças - pode ser difícil, mas é preciso tomar cuidado para não repetir o discurso que se vê nos jornais. Falar por ouvir dizer. Misturar alhos com bugalhos, mensalão com dólares na cueca. Noves fora, darei meu último voto de confiança a quem, acredito, é atualmente o único interlocutor de classes para quem nunca ninguém havia voltado os olhos anteriormente. Isso deve ser levado em conta, gostem ou não as mamães assustadas só fizeram passar os últimos quatro anos antentas aos programas vespertinos da televisão."
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Há 5 semanas