sexta-feira, 15 de outubro de 2004

VIVES STARDUST

Cogitei a hipótese de fazer um testamento durante essa semana. Essa foi a única gripe que me obrigou a tomar remédios nos últimos cinco anos, com certeza (tirando o pitoresco incidente com o joelho). Ontem, dez da noite, passei na farmácia e pedi pro cidadão encher a mesa com tudo que houvesse pra baixar a febre, acabar com dor de garganta, infecção e todas essas frescurites. Trouxe uma sacola cheia pra casa. Sou um adepto do ultracapitalismo, gosto de resultados rápidos e eficientes, e por isso tomei tudo de uma vez em doses cavalares, bem maiores que as recomendadas. Na pior das hipóteses, eu ia ficar doidão. Escrever o projeto experimental doidão é legal: ele fica muito mais experimental. 

Mas eu não contava - e nunca conto - com os efeitos colaterais. Passei o dia urinando numa tonalidade fosforescente de laranja. Em outras palavras, fui no dia 14 de outubro de 2004 mais misógeno do que David Bowie tentou ser em 1970 (tirando a parte do homossexualismo, que é só com ele). Os canos da CETESB nunca mais serão os mesmos depois de hoje.

Nenhum comentário: