segunda-feira, 13 de março de 2006

A NAÇÃO QUE ACABOU EM DÍZIMA PERIÓDICA

Marechal Tito, um iugoslavo.

Slobodan Milosevic morreu e a pergunta que não quer calar é: foi com a mão ou impedido? Vão-se os slobodans, ficam os kosovos, após quase uma década de quando Mônica Lewinsky foi pega com a boca no Bill Clinton, que teve que inventar algo genial para disfarçar a mancha no vestido da estagiária. Como invadir a Iugoslávia, por exemplo. E agora, com Milosevic encontrado em cima do telhado, o mundo volta a se questionar: o que é a Iugoslávia além de um país que a cada cinco anos se divide em dízimas periódicas cada vez menores? Sérvios mataram bósnios com a ajuda de croatas, que ajudaram os nazistas na Segunda Guerra, mas que perderam para os sérvios com a ajuda dos comunistas. Um tal Marechal Tito passou a vida tentando juntar os caquinhos, mas aí veio o orangotango do Slobodan a jogar cadáveres de muçulmanos em valas comuns vingando rixas que datam a partir de 1300. E lá se foi mais um país para a lixeira da História.

E hoje, para sanar as diferenças, bota-se uma fronteira na esquina por razões irracionais. Fiquemos longe dos sérvios porque eles são carnificidas, e também dos croatas porque ajudaram os nazistas, e também dos bósnios porque são feios. Tem também os kosovares que são pobres, e os albaneses que só sabem criar ovelhas. Então, onde ficava a padaria do Zulic agora fica a divisa de nosso povo, independente desde semana passada e reconhecido pelo sobrinho do Bora Milutinovic, composto por nós, o vizinho da direita e o bigodudo da banca de jornal ali da frente. Temos ascendência eslava mas com um pé na cozinha da Albânia, e brigamos com os mouros, os curdos, os surdos, os mudos, os barenitas e os sodomitas. Não gostamos de ninguém, somos maus, dedamos um, dedamos geral.

Tudo isso incentivado pelo Slobodan, que foi preso, sim, mas que vinha sendo julgado com o patrocínio de chefes-de-estado da linha Tony Blair, que não conseguem tomar qualquer atitude política sem antes consultar os lobistas das empresas que o colocaram no poder em seus países, que precisam saber se vão ter algum lucro na situação.

Moral da História: se Big Ben tivesse dado certo, não estaria ocorrendo até hoje em alguma galáxia por aí. Volta Big Ben. Vem acabar com o mal que você começou.

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