quarta-feira, 22 de junho de 2005

POR ISSO CUIDADO, MEU BEM, HÁ PERIGO NA ESQUINA...


- Você sabe que terá um dia feliz quando, ao acordar, sai de roupão no quintal para checar a caixa do correio, e dá de cara com sua nova vizinha, uma morena lasciva à la Catherine Zeta-Johnes, subindo a rua com uma minissaia de provocar rachaduras nas paredes do Vaticano. Com esse frio.


- O Jornal da Gazeta desta noite - sim, o Jornal da Gazeta - dedicou uma reportagem (bem feita) de cinco minutos sobre a vida do filósofo Jean-Paul Sartre, que completaria 100 anos neste 21 de junho. Jornal do inferno são os outros.

- Somente agora, aos 24 anos de idade, compreendi de maneira ampla e límpida o significado da palavra escatologia. Foi neste fim de semana, quando ouvi pela primeira vez o dueto entre Renato Russo e Gabriel o Pensador.


- Um derrame cerebral deixou o simpatissímo General Augusto Pinochet, um dos meus ídolos, a babar freneticamente pelo breve resto de sua existência. Me incomoda que meia dúzia de rancorosos ainda o acusem de ter mandado matar 3 mil pessoas há uns anos atrás. Parentes próximos dele declararam que não agüentam mais vê-lo sofrer o que vem sofrendo nos últimos dez anos. SorryPeriferia homenageia seu guru, o Velho Pinocha, com Lennon e McCartney: And in the end, the love you take is equal to the love you make.


- Fiquei olhando Faiéco subindo na camioneta e desaparecer na esquina. A noite estava limpa, vi que não ia dormir fácil com aquela história atravessada na alma e subi com ela lá pra cima do meu zigurate. Ali fiquei um bom tempo pensando nos caminhos e descaminhos dessa vida. Olha eu, Senhor, olha eu. Tanto sonho e aonde vim parar? Em cima de uma caixa d´água, perdido entre as estrelas, acuado entre a dor das coisas que não são mais e o medo daquelas que não são ainda. Nessa aflição que não sabe se é de aurora ou crepúsculo. Tanta luz naquele céu e eu não conseguia decifrar se na minha vida estava clareando um pouco ou escurecendo de vez.

Trecho de Agora Deus vai te pegar lá fora, do jornalista Carlos Moraes, livro que li há algumas semanas e que coçou devagarinho aquele vão entre o fígado e a alma que existe dentro de cada um. Chupa, Pinochet.

Nenhum comentário: