É contra mim que luto.
Não tenho outro inimigo.
O que penso, o que sinto,
o que digo, e o que faço,
é que pede castigo e desespera
a lança no
meu braço.
Absurda aliança de
criança e adulto,
o que sou é um insulto
ao que não sou; e combato esse vulto que
à traição me invadiu e me
ocupou.
Infeliz com loucura e sem loucura,
peço à vida outra vida,
outra aventura,
outro incerto destino.
Não me dou por vencido,
nem convencido.
E agrido em mim o homem e o menino.
Miguel Torga. É contra mim que luto.
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