quarta-feira, 25 de maio de 2005

WHEN ALL THE NERDS GO MARCHING IN

Anri: "Eu também sou fã do Guerra nas Estrelas"

Há algumas épocas do ano em que os nerds se manifestam. Mais do que o necessário, eu diria. É quando os mais esperados jogos de RPG tomam as prateleiras, ou quando um desses filmões que duram três horas chegam aos cinemas, como Guerra nas Estrelas, Senhor dos Anéis e Harry Potter, só pra citar os mais famosinhos. Desde o lançamento desse último Guerra nas Estrelas, por exemplo, é possível identificar nerds nas avenidas, ônibus e repartições públicas só pelo tamanho do sorriso. É como se dissessem: "Vencemos. Não sabemos o que, mas vencemos".

Aliás, esta é a única época do ano que eles tomam as ruas, feito andorinhas que voltam após passar o inverno em outro hemisfério. Porque nerd que é nerd, o nerd utópico, só sai de casa para o trabalho/escola, e deste para casa. O Darth Vader e sua espadinha de picolé da Gelatto representam para ele o que Roland Garros é para o tenista profissional. A Copa do Mundo do nerd utópico é ver o Mestre Yoda na telona. Para isso ele sai de casa, correndo o risco de tomar aquela bolinha de papel na cabeça daquele sujeito que sentava atrás dele na 6ª série.

Creiam vocês que há subdivisões do nerdismo, embora tudo no fundo seja a mesma coisa. Uma amiga nerd me disse que ela é nurd, e não nerd (ou seria o contrário?). Ela escangalhou-me um argumento de número seis que na verdade é meia dúzia: os nurds são os internautas viciadões ou algo assim, enquanto os nerds são bons em matemática. Eu fico imaginando como chegaram a esta conclusão de importância hegeliana, filosoficamente ímpar na história da humanidade. Vejamos: tem-se uma convenção a ser realizada n´algum porão de um nerd utópico do Vale do Silício (onde, presumo, tudo começou). Todos reunidos, jacobinos nerds de um lado, girondinos nurds do outro. "Nós não gostamos de vocês", grita um lado, "Bancada nurd, pequenininha, tua torcida cabe dentro de um fusquinha", responderia o outro. Segue votação. O resultado é a divisão. Quebra-quebra na saída, denúncia de fraude por parte do lado perdedor.

Mas o que mais estranho é o chamado orgulho nerd. Você já viu alguém ter orgulho da sífilis? Imaginou um cidadão ruandês ter orgulho da guerra civil? Pois é, no entanto, os nerds têm orgulho de ser nerds. Do ponto de vista do marketing, a coisa tem dado resultado: belas mulheres têm se transformado em nerds, e assumido essa fraqueza com freqüência. Em outras palavras, como diria Celso Unzelte, a banana tem constantemente comido o macaco.

Tenho medo disso. Belas mulheres hoje, o mundo amanhã. E quando isso acontecer, pegarei em armas para combatê-los. Nem que a arma seja a tradicional bolinha de papel, ou, para devolver na mesma moeda, um reles picolé colorido da Gelatto.

E tenho dito.

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