terça-feira, 22 de junho de 2004

COMENTÁRIOS SOBRE A EUROCOPA 2004, QUASE SEM FALAR DE FUTEBOL

Eu não gosto de falar de futebol aqui, e não vai ser agora que vou fazer isso. Mas a Eurocopa que está sendo disputada em Portugal é sensacional por muitos motivos, com cada seleção mantendo suas peculiaridades que valem alguns pitacos:

PORTUGAL - A única coisa sensacional da seleção anfitriã é um jogador chamado Costinha. Não dá pra dar credibilidade pra uma seleção que tenha um meiocampista com nome de humorista. Na hora da escalação, depois do hino, com o estádio repleto de portugueses emocionados gritando "P´URTUGA´L" sem parar, desando a rir quando o narrador chama pelo Costinha. Dá a impressão que um microfone vai descer no campo pro camisa 8 fazer um "muóóó". A seleção portuguesa não é muito mais do que uma piada do Costinha.

HOLANDA - Se tem um time que não merece a torcida que tem, esse time á a Holanda. Os holandeses são de longe a torcida mais empolgada da Euro. As arquibancadas ficam tomadas em laranja, eles gritam e bebem o tempo todo. Mas a seleção tem um pequeno problema: há mais de dez anos que os negros não falam com os brancos e vice-versa. Os brancos consideram os negros invasores vindos das colônias, os negros argumentam que sem eles a Holanda não chegaria a lugar algum. Enfim, se odeiam. Mudam os jogadores, a situação é a mesma. São também os mais vaidosos, fazem biquinho por qualquer coisa. Mas a Holanda vale pelo lateral-esquerdo chamado Cocu, que dia desses permitiu a seguinte piada deselegante: me perguntaram se ele é bom com a cabeça, respondi que ele é bom co...não interessa.

ITÁLIA - Se estádio fosse passarela, a Itália seria campeã de tudo. Pra ser jogador da Itália o cara tem que ser viado, ter cabelo comprido, passar todos os condicionadores, fazer as unhas e, no final, usar aquela camisa agarradinha da Azzurra. Só não precisa jogar futebol, porque na seleção italiana só dá grosso. E, apesar da pose, também passam as partidas distribuindo pontapés e cusparadas. Em tempo: o treinador italiano é a cara do Lloyd Bridges, aquele velhinho do Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu.

LETÔNIA - A maior glória da seleção letã, além de ter empatado com a Alemanha, foi ter sido sacaneada na manchete do Terra na rodada anterior: "República Checa vence a Estônia de virada". Como provavelmente eles acham que São Paulo é a capital da Costa Rica, foda-se. Pra mim é tudo Chernobyl. Fico imaginando pessoas verdes com três braços em camisas com três mangas jogando futebol pelo campeonato letão. Aliás, letão é um péssimo adjetivo de nacionalidade.

SUÍÇA - Não é a toa que a seleção da Suíça não chega a lugar algum. Como eles falam quatro línguas, fico imaginando a comunicação nos jogos da equipe: o treinador fala em alemão, os jogadores respondem em italiano, a torcida incentiva em helvético e a imprensa publica a derrota em francês. Mas há de convir que é elegante.

CROÁCIA - Talvez você nunca tenha visto o uniforme da seleção croata: uma camisa quadriculada em branco e vermelho. Sim, é uma embalagem de salame. São onze salames correndo atrás da bola. Parece aquelas copas amadores inter-empresas. As vezes acho que o placar vai anotar "França 2 x Perdigão 2". E o mais divertido: o maior ídolo do futebol croata chama-se Davor Suker. Suker é sacanagem, literalmente.

GRÉCIA - Quebram os adversários em campo com a mesma facilidade com que quebram pratos fora dele. Não é necessário dizer mais nada. Aliás, é: a Grécia é mais uma daquelas seleções que, quando jogam na copa, os imigrantes gregos daqui aparecem assistindo os jogos da seleção em algum restaurante escondido pelos cantos da cidade. Você só sabe que os existem gregos por aqui por causa disso.

INGLATERRA - Se tem uma seleção para a qual torço contra entusiasticamente, esta seleção é a Inglaterra. Motivo: arrogância. Se recusaram por muito tempo a participar de copas do mundo porque diziam superiores, já que tinham inventado o futebol. Disputas não eram necessárias, eles eram os melhores. Na primeira participação, na Copa do Brasil em 1950, perderam de um a zero para os Estados Unidos, que eram ainda mais inexpressivos do que hoje, e caíram fora. No final da partida, ficaram revoltados porque a FIFA não cancelou a partida e marcou outro jogo. Os ingleses argumentavam que o prélio não poderia ser validado, porque eles eram os melhores do mundo e melhor do mundo não perde para os Estados Unidos que, se não me engano, tinha um time composto na maioria por latinos e presidiários. Sem contar os hooligans, o único título mundial que eles conquistaram e que foi roubado, etc. Pior que a Inglaterra, só a Argentina. Eles também tem o jogador mais assustador da história do futebol mundial: Campbell. Um negão com meu tamanho e um ombro e meio a mais. Se você um dia estiver passeando em Londres e encontrá-lo na rua, atravesse. Dá pra sentir o mau hálito dele pela tela da TV.

 Clique aqui e sinta o mau hálito de Sol Campbell

FRANÇA - Se tem uma coisa que não tem na seleção francesa é francês. De todos os titulares, nenhum é comedor de croissant da gema. Até o goleiro Barthez - o careca franqueiro que parece um bicho de goiaba - é filho de espanhóis. Zidane é filho de argelinos. Por essas e outras que soa meio ridículo o Chirac cantando a Marselhesa com a taça na mão depois da Copa de 98.

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