domingo, 17 de agosto de 2008

OSCAR NIEMAYER, O MICHAEL SCHUMACHER DA GERIATRIA

Pois é, não tem mais bobo na terceira idade. 2008 chegou para abalar os corações mais sensívels (safenados) e já mostrou que joga no time de Oscar Niemayer, o arquiteto de Stonehage.

Veja só: até o mês de junho, nosso Matusalém predial tinha concorrentes centenários ou quase centenários à altura, todos com suas dentaduras cerradas para - como diriam Milionário e José Rico - ver quem chega mais longe nesta longa estrada da vida.

Mas em junho foi-se Jamelão aos 95 anos. O grande Jamela puxava samba-enredo no Morro da Mangueira desde que este tinha vista para a África, não para o Oceano Atlântico, porque durante a Pangéia era tudo ali grudadinho. Não precisava nem de uma Rio-Niterói. Mas nos últimos anos, tal qual a Super Aguri na Fórmula 1, o motor dava sinais de que ia pifar em breve. E pifou. Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu.

Eis que veio o mês de julho e levou a líder da prova, Dercy Gonçalves, que chegou aos 101 anos esbanjando absolutamente nada. É como a McLaren, que sempre entrega no final. E Niemayer viu-se então líder da prova com certa folga, seguido a uma certa distância por Dorival Caymmi que, com seus 94 anos, permitia ao arquiteto poder até dar uma parada nos boxes e mesmo assim voltar líder à corrida.

Mas agosto chegou e levou Dorival para Maracangalha, deixando Niemayer sem o mais longínquo sinal de que terá adversário pela próxima década. É o Schumacher da velhice. Quem tem Oscar não precisa de Cocoon.

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Agora prometo voltar ainda esta semana com alguns comentários sobre os Jogos Abertos do Interior que estão ocorrendo ali em Pequim. Como diria Nietzsche: "É, amigo... haja coração!!!!"

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