quinta-feira, 28 de agosto de 2008

DE QUANDO EU ME TORNEI POLÊMICO

Foi mais ou menos assim: era aula de História da Arte com uma professora para quem um dia alguém disse que seria uma gênia ou uma louca. Essa pessoa evidentemente estava mentindo, pois juro por minhas unhas encravadas que ela era 100% doida varrida, mas doida varrida mesmo, com gigantes exclamações ao fim desta expressão.

Ela explicava a diferença entre impressionismo e expressionismo porque era a única coisa que ela conseguia fazer. A companheira doida varrida então pediu para que exemplificássemos uma comida que fosse impressionista - leve, sutil - e outra expressionista - forte, chocante.

Bem, eu gosto de exemplificar coisas. Mas na hora de falar sobre minha experiência gastronômica impressionista, outros alunos ergueram o dedinho antes e citaram o mousse de maracujá. Ok, mousse de maracujá é impressionista.

Na hora de citar um exemplo expressionista, novamente fui lento o bastante para permitir que outra pessoa erguesse o dedo antes e citasse o mousse de chocolate. Ergui as sobrancelhas em reprovação. Mas a doida varrida do corpo docente juntou as mãos e, atônita, bateu palminhas curtinhas: "Excelente!!! Mousse de maracujá é mais leve; o de chocolate é uma experiência mais expressionista mesmo!!!".

Inconformado com o último exemplo, ergui os dois braços e já fui logo rasgando: "Professora, expressionista pra mim é buchada de bode...".

Parte dos presentes riu, outra parte me censurou por atravessar a experiência artístico-gastronômica de maneira tão pouco sutil, e a companheira professora da porca solta me repreendeu com a veemência de um Napoleão de hospício.

Mas apostaria uma buchada de bode que eu ainda tenho razão.

Moral da História 1: Quando um louco está acima de você, não importa o que ele faça: o louco sempre vai ser você.

Moral da História 2: A bienal de arte moderna está chegando e a polícia não faz nada.

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