segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

NOVA IORQUE, MINAS GERAIS

Sonhei que havia comprado um pacote de viagens da CVC - eu nunca faria isso - pra Nova Iorque. Chegando lá, um espanto: não estava em Nova Iorque coisa nenhuma, e sim em Ouro Preto travestida de Nova Iorque. Explico: cada igreja estava coberta por um papelão gigante que simulava os arranha-céus novaiorquinos. A Igreja que fica ao lado do Museu da Inconfidência, por exemplo, era tomada por um simulacro da Torre Chrysler. E por aí vai.

Cheguei ao hotel, rodei pelo quarteirão e fiquei indignado. Eu corria atrás dos guias da CVC gritando que aquela viagem era uma fraude, e eles ora corriam de mim, ora fingiam que não me escutavam. Eu gritava que não era justo e exigia que me levassem até o aeroporto de volta (não tem aeroporto em Ouro Preto, mas fica como licença poética). É quando um mulato me pára e diz com o maior sotaque mineiro do mundo:

- Paulista, deixa disso, sô. Tu num tá vendo que aqui é a Big Apple não? Deixa de ser abestado, uai.

Retruquei perguntando do sotaque dele, e tive uma resposta em inatacável inglês: "Don´t know what you´re talking about, man. Excuse me" (tecla SAP para você que não sabe inglês: ele disse que o livro estava em cima da mesa).

No auge de meu furor intempestivo, eis que encontro minha amiga Danizinha. Ela coloca a mão no meu ombro e diz que tinha novidades:

- Fui convidada para ser técnica do São Paulo no lugar do Muricy Ramalho. Ele acabou de cair.

Ficamos pesando os prós e contras dela assumir o São Paulo. Por um lado, ia ganhar mais e trabalhar com esporte, algo inédito em sua vida jornalística, e desafios assim costumam valer a pena. Por outro, a pressão é grande, o clube disputa Libertadores e ela simplesmente não liga a mínima para futebol. Tomamos um café com pão de queijo e, na saída, vem outro amigo meu, o Vinicião Kate Moss, confirmando que apurou junto a diretores do São Paulo que a Danizinha era, sim, a mais cotada para assumir o Real Madrid da Vila Sônia. E acabou-se.

Este sonho provavelmente tem algo a ver com aquela propaganda de operadora de telefone (acho) em que o sujeito vai pra uma Nova Iorque no Maranhão. Também faria mais sentido se fosse Governador Valadares e não Ouro Preto a terra fraudulenta.

O sonho provavelmente não tem moral. Só acho que meus neurônios estão procurando deturpar a psicanálise com todo ímpeto impossível.

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