Quem não é jornalista talvez não esteja muito familiarizado com o tipo identificado como jornalistinha. Segundo a Enciclopédia Vives-Larrouse de Adjetivos Pejorativos, jornalistinha é aquele sujeito que entra na faculdade crente que vai derrubar um presidente, viajar para o Tibete para escrever uma grande reportagem literária e ter uma coluna na Ilustrada sobre bandas escocesas de garagem que ninguém conhece cujo baterista morreu de overdose em 1969. Normalmente ele não consegue nada disso e cria um blogue.
Ao jornalistinha, a megalomania cai tão bem quanto uma saia curta na Catherine Zeta Jones. É bom frisar que jornalistas não são os únicos megalomaníacos, porém. Provavelmente toda profissão que envolva remuneração alta ou alguma proximidade com o poder - o jornalismo só se encaixa neste último, e eventualmente - possuem grande número de pessoas que masturbam o pequeno argentino que existe dentro de nós.
Abre parênteses. Não tenho problemas em dizer que também sou um megalomaníaco enrustido, ou então jamais sonharia regularmente que estou salvando a humanidade, o país e um grupo de pessoas ou tentando evitar que os americanos joguem a bomba atômica no quintal da casa dos meus pais só porque minha tia-avó que já morreu não quer sair do telefone. Fecha parênteses.
Na verdade estes parágrafos introdutórios foram uma tergiversação para dizer que vi um filme de suspense/terror que é um afago no ego de todo jornalistinha primeiro-anista da ECA. Não revelo o nome porque contarei o final. Quem já viu, vai saber qual é. Quem não viu não sairá deste blogue no prejuízo.
No filme em questão, o filho do Diabo vem à Terra para fazer mal às pessoas, bater em criancinhas, estuprar velhinhas, dar nó no cadarço do papa enquanto este faz discurso na Praça São Paulo e outras coisas similares. Acho que dizer que o cara é um Maluf zoófilo dá a exata dimensão da coisa.
Eis porém que de repente surge o estupor da megalomania: uma jornalista da BBC que prometia ser figurante no enredo transa com o filho do duba-dubá e, no frigir dos ovos, dá uma apunhalada nas costas dele que faz a humanidade toda cantar "We are the champions" no fim do filme (mentira, elas só cantariam isso se o diretor fosse eu). A jornalista é quem salva a humanidade do mal.
Rezo para uma continuação disso. A sanha imperialista do diabo se desfaz, mas como fica a história da jornalista que passou uma noite de furor libidinoso com o diabo e depois o botou pra correr? Deixo aqui um esboço de meu roteiro: ela ficaria famosa, escreveria um best-seller de memórias intitulado "Eu e o Diabo: Relatos de uma Vencedora", ganharia um Prêmio Comunique-se pela reportagem na BBC, uma coluna num jornal - talvez pra falar sobre bandas escocesas de garagem que ninguém conhece cujo baterista morreu de overdose em 1969 - e seria amiga da Mônica Bergamo.
Anos depois, o declínio da salvadora. Uma ponta numa novela da Record aqui, uma entrevista no Ronnie Von ali, uma matéria secundária na Caras dizendo que ela está amicíssima da Bárbara Paz e, por fim, aos 50 anos, a volta por cima: uma inusitada atuação como protagonista num filme da Brasileirinhas intitulado Possuídas pela Diabo, com a especial participação de Haroldo Predador no papel do encanador Lúcifer, o cano mais endiabrado da cidade. Chupa, Sylvia Saint. Chupa, Miriam Leitão.
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Há 5 semanas