segunda-feira, 10 de outubro de 2005

O MERCADO ESTÁ NERVOSO


Simpatizo com o senador Antônio Carlos Magalhães. Trata-se de um Jesus Cristo regado a azeite de dendê, o que gera uma panacéia intestino-mental cada vez que ele dá de abrir a boca (a referência ao JC aqui é pela fama transcendental que Toninho Malvadeza tem em sua terra natal). Em outras palavras, ACM abre os lábios e expele uma quantidade insofismável de asneiras, o que já faz parte de nossa cultura. Senador/deputado/governador/prefeito bom é aquele que "estupra mas não mata", que tem "o saco roxo", que acha que "cachorro também é gente", que é devoto de São Francisco porque "é dando que se recebe". Enfim, o sujeito só dá certo em Brasília se conseguir também legar umas boas frases de impacto à posteridade.

Em verdade, ACM não cunhou frase alguma que eu me lembre, mas deu de reverberar um clichê dos mais divertidos desde que Adão chegou para Eva e perguntou "Você vem sempre aqui?": "o mercado está nervoso". Não chamamos os assessores de Palocci de Ribeirão Preto para depor porque "o mercado ficará nervoso", eis exatamente o que disse o simpatícissimo supra-citado.
Tratra-se da desculpa perfeita: "o mercado está nervoso". Perceba, serve para absolutamente tudo: "Não convém apurar a corrupção criando CPI´s porque o mercado ficará nervoso", já vi Luís Nassif dizer. Corazza, por que você não põe logo uma peruca? "Não, o mercado ficará nervoso". Daniel Patife, que tal tratar dessa sífilis de uma vez por todas? "Não sei, e se o mercado ficar nervoso?".

O mercado é uma entidade bem bichinha.

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