(este é um post que não foi publicado no domingo à noite porque o Blogger estava com pau)
O título desse post, que mais parece nome de filme de terror - O Cacófato Maldito - é pra mostrar ser necessário tecer algumas palavras cabeludas a respeito do Oscar. Felizmente, isso já é lugar-comum entre as pessoas elegantes. Mas como não tenho nada para fazer agora, não estou com sono, todas as mesas-redondas de futebol já acabaram e a TV à minha esquerda insiste em jogar em meus ouvidos os comentários felomenais do José Wilker - isso foi uma ironia -, não me resta outra opção.
Em primeiro lugar, Oscar não é nome de prêmio, é nome de tio. Não me venham com aquela história de que o tal Oscar era marido de não sei quem que tinha a ver com a primeira premiação lá nos anos 30. Oscar (Oscár, em verdade) continua sendo nome daquele tio que você só vê no Natal e que sempre aparece com a camisa do Curíntia, toma um porre e termina a ceia vomitando mo ralo da área de serviço.
Pois bem. Não bastasse o nome, a cerimônia é um desânimo que só. Tá mais pra convenção do Partido Republicano do que pra uma festa em si. O palco enorme, os apresentadores lendo aquele texto chinfrim, que parece sempre o mesmo, o apresentador e suas piadas prontas, enfim, tudo muito fake e que não muda há muito tempo, se é que um dia mudou. Dessa vez até tentaram macaquear algumas coisas, como fazer a apresentação e a premiação ora na platéia ora no palco. Essa última é a melhor: os candidatos surgem por trás das cortinas e ficam esperando anunciarem o vencedor. Lembrou aquele programa do Sílvio Santos onde todo mundo fica no palco, ouve o Abrava perguntar algo para depois caminhar em direção ao pilar que contém a resposta correta. Lembra também uma espécie de Quer Namorar Comigo cinematográfico. Só faltam os depoimentos:
- Meu nome é Martin Scorscese, dizem que sou bonito, inteligente, divertido e que fiz um filme bem legal. Sou bem romântico também. Eu to aqui de pé nesse palco junto de meus concorrentes porque quero uma estatueta pra botar em cima do armário lá de casa. Espero ter agradado. Fica aí a indicação.
(este é um depoimento fictício. Scorscese não foi um dos que pagaram o mico de ficar lá no palco pra saber se receberiam o prêmio ou não. Pelo menos não até o momento em que escrevo isso)
Há também uma coisa que venho pregando há anos, mas que infelizmente ninguém em Hollywood me dá ouvidos (falta modéstia pra essa gente!): gravata borboleta não é legal. Não confie em ninguém que use gravata borboleta que não seja garçom. Smoking também não ajuda em nada. As atrizes, todas com síndrome de Cinderela, aparecem com aqueles vestidões de cauda longa. É quase uma festa de debutantes. Nada muito agradável.
É por isso que proponho aqui a substituição da estatueta nababesca de Los Angeles por uma nova premiação, a ser anunciada aqui em SorryPeriferia. Em vez do Oscar, teríamos o Almir. É tudo nome de tio mesmo. Além do que, Almir evita o cacófato: leia rapidamente "The Oscar goes to...", diminuindo a intensidade do "r". Com o Almir no lugar do Oscar, isso não é problema, é solução. Fica assim: no meio do semestre, este hebdomadário virtual reunirá seu editor, seu sub-editor, seu office-boy e sua tia do cafezinho - porventura são todos a mesma pessoa - para tomar um porre e julgar todos os filmes que assistiram neste semestre. Quando tudo estiver pronto, no final de junho, voltaremos ao assunto aqui, com os premiados e suas notas. Azar de quem lê isso. Sorry, periferia.
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