" - Não te assustes, disse ela, minha inimizade não mata; é sobretudo pela vida que se afirma. Vives: não quero outro flagelo.
- Vivo? perguntei eu, enterrando as unhas nas mãos, como para certificar-me da existência.
- Sim, verme, tu vives. Não receies perder esse andrajo que é teu orgulho; provarás ainda, por algumas horas, o pão da dor e o vinho da miséria. Vives: agora mesmo que ensandeceste, vives; e se a tua consciência reouver um instante de sagacidade, tu dirás que queres viver. "
Memórias Póstumas de Fernando Vives, que Machado de Assis escreveu do além e dedicou aos vermes que primeiramente roeram suas frias carnes.
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