Peguei o primeiro livro para ler na vida aos nove anos de idade, tenho certeza. A professora obrigou cada um da classe a tirar um da biblioteca da escola. O nome do meu escolhido era Sem Destino, que me saltou aos olhos pelo nome chamativo de seu autor: Ganymédes José.
Dos dez primeiros livros que li, provavelmente uma meia dúzia eram desse sujeito de nome estranho e foto com um bigodão anos 80. Já não lembro de quase nada deles, só que os livros dele eram maioria entre os poucos que li à época. A História do Galo Marquês é o único cujo parte do enredo ainda me salta à memória: um sítio onde um galo carismático era feito de almoço pela cozinheira em dia festa, causando espanto nas crianças do local. Talvez o enredo não seja tão nefasto assim e seja eu que lembro dele desse jeito, provando que tenho muito adubo na cabeça - não no sentido de fertilidade, no de estrume mesmo.
Dia desse lembrei do Ganymédes por acaso, ao divagar sobre o Sem Destino, o filme, tradução de Easy Rider. Uma coisa levou à outra, ao livro da biblioteca da escola de 16 anos atrás de mesmo nome. Resolvi dar um Google no Ganymédes José. Quem sabe não rolaria uma visita, uma entrevista, um "por onde anda"?
Seus livros ainda estão à venda. Mas achei em um site, escondido num texto de um amigo dele, a informação de que Ganymédes José morreu há 16 anos. Exatamente em 1990, ano em que li um livro pela primeira vez, um livro dele.
Pior que chatear-se com coisas normalmente tão figurativas é ficar chateado com 16 anos de atraso.
Segue o jogo.
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