segunda-feira, 28 de novembro de 2005

UMA TROCA DE E-MAILS DESPROVIDA DE SENTIDO

-15: 08 - LANÇAMENTO LIVRO PROF. SIDNEY

- 15: 08 - Re: INÉDITO! PROF. SIDNEY LANÇA LIVRO

- 15: 18 - MENTIROSO, PROF. SIDNEY LANÇA LIVRO

- 15: 26 - Re: QUEM MEXEU NO LANÇAMENTO DO PROF. SIDNEY?

- 15: 40 - LANÇAMENTO: LIVRO PROF. SIDNEY E A SRTA. PRYNN

- 15:56 - Re: LIVRO LANÇA PROF. SIDNEY

- 16:07 - PROF. SIDNEY LANÇA LIVRO EM SIDNEY

- 17:04 - Re: VOCÊ NÃO PODE LANÇAR LIVROS DO PROF. SIDNEY COM TANTA FREQÜÊNCIA!

- 17:34 - BAD BAD PROF. SIDNEY. NO DONUT FOR YOU

- 18:13 - AO ENTRAR NESTE LIVRO, VERIFIQUE SE O PROF. SIDNEY ENCONTRA-SE LANÇADO NESTE ANDAR

- 18:19 - THE PROF. SIDNEY CANNOT BE DISPLAYED

- 18:20 - NÃO JOGUE PROF. SIDNEY NA GRAMA

- 01:36 - Re: GARÇOM, TEM UM PROFESSOR SIDNEY NA MINHA SOPA...

(not to be continued)

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

O GLAMOUR PRECEDE A CRIATURA

Sobre um sujeito chamado Alberto Hurtado, jesuíta de missões chilenas do século passado:

"Em 1915, ocurre un hecho que marcará su vida: toma como director espiritual al padre Fernando Vives, cuya influencia seguirá hasta su vida adulta; la mantendrá por carta cuando el Padre Vives se vaya de Chile tres años más tarde. Él le ayudó a amar a Dios sirviendo a quienes sufren. En una dedicatoria, años después, Alberto habla del padre Vives como 'a quien debo mi sacerdocio y mi vocación social'."

"En 1931, regresó al país (Chile) el padre Fernando Vives, con quien Clotario Blest fundó la Liga Social de Chile, que dió un nuevo impulso a la difusión del ideario socialcristiano."

Conheça mais sobre o O Humanismo de Fernando Vives.

sábado, 19 de novembro de 2005

DA EFICIÊNCIA CORPORATIVA

Você só pode se achar um imbecil ao notar que foi conversar com sua chefe na mesa dela sem ter lembrado de fechar o cinto da calça.

terça-feira, 15 de novembro de 2005

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO GUERRA NAS ESTRELAS

"José Sarney, o senhor está verde... e tirou o bigode!"

Eu tento, juro que tento entender certos mistérios do homem humano. São as perguntas sobrenaturais que a razão não responde. Há vida após a morte? O Paraíso existiu mesmo ou Adão e Eva eram um casal de australopitecos? Será mesmo que derrubei pinga no meu diploma da Cásper depois de voltar do Ibotirama naquela noite?

Uma das questões que me devoravam é como as pessoas podem ser fãs de Guerra nas Estrelas. Mas eu decifrei-a esta noite. Veja bem, uma coisa é gostar da coisa, outra é ter palpitações pélvicas ao ver uma espada rosa-choque. É desta última categoria que eu quero saber. Para compreender a questão, acabo de desperdiçar duas horas ao telefone entrevistando uma fã incondicional da trilogia, que me contou como o cara da capa preta se transformou no cara da capa preta. Assim, eu poderia saber se de fato o enredo é tão atraente assim.

Incubo-me de resumir o que ouvi.

Existia uma princesa com cabelo preso no formato "chifres de carneiro" que era também senadora. Nunca vi uma princesa senadora, mas tudo bem, qualquer dia a gente leva a Heloísa Helena no Um dia de Princesa do Netinho e estamos aí com a verdade factual. Pois bem, essa princesa senadora tinha um nome estranho que já me esqueci. Batmi. Não, era Padmi. Cádmio, é isso. A Princesa Cádmio era apaixonada por um cocotão eleito pelas mulheres chamado Anaquem? Skywalker (traduzindo: andarilho do céu, ou seja, um Turu com milhagem da Varig).

Ele era treinado por um cara que, desconfio, era chegadão nele, um tal de Empadawan, que parece nome de jogador da Arábia Saudita da Copa de 94. Anaquem? Skywalker briga com esse cara, que fala umas coisas hostis dele pra Princesa Cádmio. Anaquem? então vai ter com ela, mas no caminho mata umas criancinhas, estupra umas velhinhas e come um yaksoba na Paulista.
Tem a cereja do bolo: a Princesa Cádmio está grávida de gêmeos. Então o Anaquem? chega nela cantando Roberto Carlos: "Eu te darei o céu meu bem, e o meu amor também", o que quer dizer que ele convida a dita cuja para conquistar o universo e 24 territórios a sua escolha. Influenciada pelo jogador da Arábia Saudita - o tal de Empadawan que é apaixonado pelo Anaquem? - a Princesa Cádmio se recusa. Não por ele ter matado umas criancinhas ou estuprado umas velhinhas, mas sim por ter comido o yaksoba da Paulista, que, convenhamos, é mesmo um tanto disgusting.

Aí o Empadawan parte pros finalmentes e corta os braços e as pernas do Anaquem? Skywalker (Adendo: se o filme fosse politicamente correto, a partir deste momento o sujeito deixaria de se chamar Skywalker. Fecha adendo). Então enfiam o que restou do pobre coitado e o entalam naquela armadura com a capa preta. A Princesa Cádmio fica tão triste com o desenrolar da trama que acaba morrendo de tristeza. Ou seja, houve aí um plágio do Camilo Castelo Branco.

Pelo que entendi, ela morre sem dar a luz aos gêmeos, o que deve ter sido bom. Se eles nascessem, além de gerar mais uns três filmes insuportáveis, dada a qualidade obtusa do material relatado, provavelmente eles seriam os substitutos dos Gêmeos do H. Como diria o sociólogo Luciano Huck: "Loucura, loucura!".

Conclusão: não vela um piparote. Agora me dê licença que tá começando um filme do Bud Spencer e do Terence Hill.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

A PÁTRIA DE FRALDÃO

"Me dá! Me dá batata!"

Se perguntassem ao editor de SorryPeriferia há uma semana o que exatamente é a luta de sumô, teriam como resposta:

- Duas baleias amarelas que se chocam até que uma delas exploda. É quando aquele que não explodiu é declarado campeão, o que garante a ele ingresso grátis no La Buca Toquiense, de onde ele sairá apenas para a próxima luta.

Em verdade não é nada disso, mas não serei eu que explicarei a marmanjos o que exatamente é uma luta de sumô (tá. eu também não sei). Mas as curiosidades em torno do bagulho é que são pitorescas. Listemos em tópicos:

- O objetivo do sumotori (aquele que luta sumô) não é, como no caso do Vale-Tudo, deixar a cara do adversário similar à de um pit-bull. Basta conseguir empurrar o oponente para fora do círculo em que estão lutando, que é feito de palha de arroz. Só isso já tornaria o espetáculo mais simpático não fosse a presença solitária e deselegante dos fraldões, o que não raras vezes deixa as vergonhas dos pequenos a balançar freneticamente, traumatizando as criancinhas que estão assistindo a disputa.

- Todo lutador de sumô é ídolo no Japão, e disso eu já sabia. O que não sabia é que eles casam com as mulheres mais bonitas, as modelos e as misses do país. O princípio de uma modelo é ser magra; modelo japonesa, então, é uma tábua de passar roupa atrofiada. O coito entre ambos é algo que deixarei para a imaginação do nobre leitor.

- Além de catar as cocotinhas, os yokosuna (equivalente à faixa preta) são os principais garotos-propaganda do Japão ao lado do David Beckham, depois que deixam os ringues.

- Um sumotori famoso, um havaiano de nome Konishiki, aposentou e virou apresentador de programa infantil. Sucesso absoluto. Eu vi uma foto do programa, e é rigorosamente grotesco. Imagine o cenário do Bozo. Agora imagine um sujeito muito muito gordo, como é o caso desse havaiano, pelado deitado de lado, com a mão direita a segurar a cabeça. Imagine também três ou quatro criancinhas ao redor dele, prestando atenção nas historinhas que ele conta e o ouvindo chamar os desenhos animados. É por aí.

- O maior yokosuna desde os anos 60 luta atualmente. É um mongol de nome Asashoryu, que pesa apenas 145 quilos. O cara ganhou meu respeito quando venceu a última etapa, virou um balde enorme cheio de saquê e saiu dando gargalhadas, já bêbado. Ele é considerado o Mike Tyson do sumô, pois já tem uma folha corrida de vexames extra-ringues, como encher a cara num boteco e quebrar tudo a seguir.

- A maior parte dos yokozuna não são tão altos e pesam talvez perto de 200 quilos. Lógico: para encarar um adversário de frente e empurrá-lo, é necessário uma grande avant-garde. Por serem excessivamente gordos, dificilmente os sumotori vivem mais de 40 anos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

HUMANOS, DEMASIADO CANINOS


- As pessoas egocêntricas não conseguem entender que o restante da humanidade é assustadoramente mais interessante do que elas mesmas.

- Entrevista com um economista britânico de linha keynesiana na Globonews cujo nome fico devendo, dia desses à tarde. Ele tecia elogios ao sistema escandinavo que permite ao empregado trabalhar menos horas do que no resto do mundo. O repórter, sujeito com pinta de workaholic e um tanto incomodado com as respostas, declarou que é notório que todo o sistema de trabalho escandinavo é pouco competitivo e acarreta prejuízos para a empresa. A resposta: "Você disse bem, o prejuízo é para a empresa e não para o indivíduo. Em vez de se matar para trabalhar, o funcionário dedica sua mente para algo mais nobre e útil. À literatura, aos filhos, a uma corrida no parque. Essa é razão de viver". E Roberto Marinho sorriu feliz em seu ataúde.

- "Ninguém entende a alma feminina como o Chico Buarque" é o maior clichê que alguém com cromossomos XX pode repetir, por mais que seja verdade.

- Se o País das Maravilhas fosse Jundiaí, Alice teria se casado aos 16 anos com um dono de posto e hoje comentaria a redenção de Tião em América com a vizinha do 102.

- No fundo eu compreendo o Presidente Bush. Ele é modesto quanto a sua própria falta de talento enquanto ser humano.

- Todo narciso acha feio o que não é espelho e cita Caetano Veloso para dar uma de bom.

- Pode dizer que sou feio. Se sou ou não, posso melhorar. E você que votou no Serra?

- Agora diga tchau, Lilica. - Tchau, Lilica!

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

ECOS DO ALÉM

O destino sorri aos afortunados, diz o ditado. Eu completaria dizendo que o Além manda SMS.

Foi o que ocorreu comigo esta semana. Enquanto jantava na glamourosa sala de jantar de meu lar - que só possui a TV, estante, um cone da polícia e uma placa onde se lê "Valentina Karan aluga", roubada da Paulista - ouvi um toque no meu celular. Era uma mensagem. As pessoas não costumam me mandar mensagens de celular. Algo estava errado. A mensagem proveniente de um número que não constava na minha lista dizia exatamente o seguinte:

- O q vc quer?

Parei, olhei e limpei um pigarro imaginário. Um comichão bateu-me entre o fígado e a alma. Como assim o que eu quero? Só podia ser uma mensagem do Além. Parece início daqueles remakes de filmes de terror japoneses estúpidos que Hollywood costuma fazer.

Confesso que não respondi na hora porque não tinha crédito. Mas depois devolvi a gentileza:

- Eu quero uma porção de manjubinha, dois chopes e o seu sorriso. Benzinho.

Ainda aguardo réplica ou vingança do post-mortem. Voltamos a qualquer momento com maiores informações sobre o assunto.

terça-feira, 1 de novembro de 2005

QUATRO GRANDES LIDES DA MÚSICA BRASILEIRA

Moreira da Silva, the guy

Músicas que têm como introdução um monólogo ou diálogo absolutamente único, tanto para o bem quanto para o mal. É claro que haverá quem torça o nariz para a segunda e a quarta. Mas é tão ruim que é bom. O Sublime de Kant, porcamente representado.

1)

- Ô Morangueirá... você passou no teste da farinha?

- Ah rapaiz... sentei e tava tudo bem, tudo certinho! Aqui só tem saída, entrada necas. Never!

Doze Annos, Chico Buarque e Moreira da Silva (1977-78).

2)

- Oi Celly!

- Oi Tony!

- Você vai ao baile esta noite?

- Claro que vou!

- Com quem? Posso saber?

- Com Pedro Álvares Cabral!

- Como?! Você ficou biruta?

- Não, esta noite eu vou estudar História!

Eu não tenho namorado, Tony e Cely Campello (1961)

3)

- Etelvina, minha filha!

- Que é que há, Jorginho?

- Acertei no milhar
Ganhei 500 contos
Não vou mais trabalhar,
E me dê toda a roupa velha aos pobres
E a mobília podemos quebrar:

Isto é pra já, passe pra cá (simulando o barulho de quebrar a mobília)

Acertei no Milhar, Wilson Batista e Geraldo Moreira, 1940. Com Moreira da Silva ou Jorge Veiga.

4)

- Atenção, Creusebeque! Creusebeque, meu filho, vai começar a baixaria.

Mundo Animal, Mamonas Assassinas, 1995.