quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

NOSSOS ÍDOLOS AINDA SÃO OS MESMOS, E AS APARÊNCIAS NÃO ENGANAM NÃO...

Domingo próximo, às seis e meia da manhã, o editor de Sorry Periferia pisa novamente em Porto Alegre. "Grande Bosta", dirão alguns, "Maior bosta ainda", dirão outros, quando descobrirem que ele estará lá em virtude do Fórum Social Mundial. Não que ele se importe. Devo admitir que nunca me senti tão à vontade do que quando estive na capital gaúcha. Foi lá que descobri que Jundiaí calça 39 enquanto meu pé já estava no 47; lá também entendi que Porto Alegre é uma São Paulo que deu certo: tem tudo o que a capital paulista tem de bom, mas tem muito pouco do que ela tem de ruim. Só falta a praia. Sou um portoalegrense de coração - e lá vem o Savarese fazendo piadinhas sobre gaúchos e afins. Mas ele mora no Ipiranga, o que faz dele uma pessoa pior.

Foi lá também que em 2003, esse que agora escreve, na época tentando se erguer da crise que o devastara no ano anterior, conheceu pessoas que ele não imaginava que conheceria. Com ele, Daniel Patife e esposa em eterna crise conjugal; e Lígia, que, porém, teve que ir com a turma de onde ela trabalhava. Do outro, um loiro do cabelo pixaim que imitava perfeitamente um boneco de Olinda; uma branquela quietona com quem eu travara uma conversa divertidíssima sobre A Vaca e o Frango meses antes; e a fotógrafa do Esquinas, que já se empolgava porque teria aula com o Rizzo semanas depois. Havia muitos outros que não participaram efetivamente do que ali nascia e que seria aperfeiçoado na Coordenadoria de Jornalismo. Aos poucos, outros pessoas de outras classes da Cásper foram se juntando a esse grupo. Questão de afinidade. E de valores. Parece que isso hoje é difícil de explicar.

Eu não vou contar o resto. Quem sabe, sabe. Quem viveu e vive tudo isso, sabe muito mais. Dizem que o que é sólido se desmancha no ar. Bobagem. Tem certas coisas que não se desmancharão jamais.


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