quarta-feira, 28 de setembro de 2005

VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE ÀS PINGAS

Voltei

Foi ao observar vaquinhas coloridas pela Paulista que mais uma vez encontrei uma criança debaixo de meu pé direito e resolvi voltar a blogar. A vítima da vez era de ascendência japonesa e não tinha mais que sete primaveras, tendo desgarrado-se dos braços orientais da mãe apenas três passos antes de virar piche sob minha sola 47. Enquanto a progenitora esgoelava, concluí abstraidamente que o infanticídio involuntário já é tradição nestes 24 verões de existência, tanto quanto escrever neste hebdomadário virtual. Logo, entre acabá-lo de vez e voltar a enchê-lo de palavras nauseantes contra o PSDB, a Cásper Líbero ou a mãe do Corizza, optei por esta última.

Mas a dúvida que me pegou entre o fígado e a alma é: o que escrever? O fígado me deu a resposta antes da alma. Sábado passado, ao acordar de sonhos intranqüilos, o editor de SorryPeriferia pegou-se em apartamento estranho debruçado sobre um vaso sanitário de cor roxa (ou seria vinho?). Ele sabia que não devia misturar cerveja excessiva, uma garrafa de Almadén e caldinho de sururú, além do famoso cigarro que passarinho não fuma, mas resolveu pagar para ver. O resultado da nauseabunda miscigenação alcoólica foi parar no supra-citado vaso cor vinho (ou seria verde-musgo?) ao som de Paulinho da Viola que vinha da sala. A cada frase de Foi um rio que passou em minha vida, um pouco de minha dignidade se deixou levar tubulação adentro.

Agora, devidamente recuperado de tamanha falácia etílica, incubo-me da tarefa de soerguer a moral utilizando-me deste blog.

Vão-se os porres, mas o fígado fica.

Voltei.


(em breve: novo lay-out)

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