
Foi ao observar vaquinhas coloridas pela Paulista que mais uma vez encontrei uma criança debaixo de meu pé direito e resolvi voltar a blogar. A vítima da vez era de ascendência japonesa e não tinha mais que sete primaveras, tendo desgarrado-se dos braços orientais da mãe apenas três passos antes de virar piche sob minha sola 47. Enquanto a progenitora esgoelava, concluí abstraidamente que o infanticídio involuntário já é tradição nestes 24 verões de existência, tanto quanto escrever neste hebdomadário virtual. Logo, entre acabá-lo de vez e voltar a enchê-lo de palavras nauseantes contra o PSDB, a Cásper Líbero ou a mãe do Corizza, optei por esta última.
Mas a dúvida que me pegou entre o fígado e a alma é: o que escrever? O fígado me deu a resposta antes da alma. Sábado passado, ao acordar de sonhos intranqüilos, o editor de SorryPeriferia pegou-se em apartamento estranho debruçado sobre um vaso sanitário de cor roxa (ou seria vinho?). Ele sabia que não devia misturar cerveja excessiva, uma garrafa de Almadén e caldinho de sururú, além do famoso cigarro que passarinho não fuma, mas resolveu pagar para ver. O resultado da nauseabunda miscigenação alcoólica foi parar no supra-citado vaso cor vinho (ou seria verde-musgo?) ao som de Paulinho da Viola que vinha da sala. A cada frase de Foi um rio que passou em minha vida, um pouco de minha dignidade se deixou levar tubulação adentro.
Agora, devidamente recuperado de tamanha falácia etílica, incubo-me da tarefa de soerguer a moral utilizando-me deste blog.
Vão-se os porres, mas o fígado fica.
Voltei.
(em breve: novo lay-out)
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