sexta-feira, 21 de novembro de 2008

RITA CADILLAC AMOU POR SETE FILMES E MUITOS CONTOS DE RÉIS

Semana passada, cliquei na home do UOL e acabei indo parar na sala de bate-papo que entrevistava ao vivo a Rita Cadillac.

E aqui vale uma rubrica: devo deixar bem claro que fiz isso por acaso, é claro, enquanto zapeava pela internet. Porque eu, fino leitor, assim como você e todos os nossos amigos e conhecidos, não gosto de baixaria, assim como só assistimos ao programa da Luciana Gimenez enquanto mudamos de canal. Nem eu, nem você nem todas as pessoas de nosso nível obviamente não vemos os desfiles de langerie do Superpop às quartas-feiras (durante o intervalo do jogo da Globo), nem os pega-pra-capar entre modelos e atrizes de filmes da Brasileirinhas. Quem faz isso são os corintianos da periferia, nós jamais.

Posto o intróito, vamos ao conteúdo: Rita falava sobre seu último filme pornô, Puro Desejo, onde ela é protagonista ao lado daquele que foi sabiamente apelidado por José Simão como "o rinoceronte de sunga", Alexandre Frota.

Último mesmo: segundo a ex-chacrete, após sete pornôs - entre os quais atuou com Carlão Bazuca, Mateus Carrieri e Oliver, o galã do Teste de Fidelidade -, está na hora de pendurar a camisinha e deixar essa vida.

O mesmo vale para Alexandre Frota: após uma intensa carreira no mundo da putaria, o ex de Claudia Raia virou evangélico e diz estar arrependido de ter sido o principal ator da Brasileirinhas nos últimos anos.

Não questiono nem de longe que as pessoas resolvam fazer filmes pornôs. Mas é impressionante como praticamente todas as celebridades B que vão para este mundo acabam, ao fim do contrato, por dizer que estão arrependidos de ter ido por este caminho. É claro que nenhum deles rasga os cheques que ganharam...

Mas não era exatamente desta questão que eu queria falar.

Entrei neste assunto porque notei que todas as salas de bate-papo do UOL têm nomes artísticos e, por alguma ironia do destino, a entrevista com Rita Cadillac ocorreu na sala Machado de Assis. Foi na sala Machado de Assis que Rita respondeu aos fãs que gosta de homens mais velhos que ela, que escolheu os atores com quem atuou "pelos neurônios" e que ela não tem prazer ao fazer os filmes.

Não que o filme vá vender muito. Depois da invenção da internet e do Rapidshare, o público da Brasileirinhas não gasta um centavo para ver Rita e o "Frotinha" em ação.

Ou, atualizando o próprio Machado: o mundo foi estreito para Alexandre (o da Macedônia, não o Frota). Um desvão na internet é o infinito para duas andorinhas.

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Clique aqui para ver a Rita Cadillac no bate-papo do UOL, na sala Machado de Assis. Destaque para os comentários dos usuários sobre o mau desempenho dela nas filmagens.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

SERÁ BABÁ MARAVILHA O FILHO DO DEMÔNIO?


Barack Obama venceu John McCain...


... e agora pode se tornar o anticristo, como em A Profecia

Você provavelmente já sabe que os Estados Unidos são compostos por 52 estados politicamente divididos entre republicanos (os da direita) e democratas (os um pouquinho menos de direita), e que entre estes ainda existem meia dúzia de não alinhados e outros tantos que são destaques só em seus estados ou condados. No entanto, há uma divisão silenciosa mais profunda que domina este país: os babetas e os não-babetas.

Beira o irresistível dizer que os rincões republicanos são os primeiros e que os democratas se enquadram na segunda categoria, mas a coisa provavelmente não é bem assim. O democrata que quiser se dar bem num estado composto por rednecks que dividem a humanidade em brancos bons de um lado e comunistas pretos ateus do outro têm que vestir as ferraduras da humildade e se dispor a relinchar. Por outro lado, o republicano que quiser se dar bem em Nova Iorque tem que ter noção do ridículo. Portanto, o buraco é mais embaixo.

E agora que Dadá Maravilha derrotou Valdir Espinoza na corrida presidencial dos Estados Unidos, dúvidas, angústias e tristezas profundas surgiram das profundezas do Texas, Oklahoma e companhia. Por exemplo: quanto de melanina tem o Presidente Obama?

Aproveito o ensejo klukluxklânico para adubar ainda mais a fértil mente dos excessivamente conservadores do interior da América (adoro quando os americanos referem-se a si mesmos como América e ao restante do continente como México). Há um trecho nas revelações de João - não estou falando do Movimento Cansei, nem este João é o Dória Júnior -, também conhecido como o Livro do Apocalipse, que fala da Besta que vai dominar o mundo, conforme apresentado no filme A Profecia:

Quando os judeus retornarem à Sião / e um cometa varar o céu / o Sagrado Império Romano se erguerá / e você e eu iremos morrer. / Do mar eterno ele se ergue / criando exércitos em ambas as costas / virando o homem contra seu irmão / até o homem deixar de existir.

Um pouco de conspiração sempre é legal. Judeus voltando à Sião é Israel. O Sagrado Império Romano é a Europa; Do mar eterno, de acordo com o filme, é a política. Só ficou meio capenga esse cometa varando o céu, mas a gente bota um Fokker 100 da TAM no meio e estamos aí com a verdade factual.

O fato é a série de de A Profecia interpreta este trecho do Apocalipse a apontar o filho do demônio como um presidente dos States que surge do nada e cativa a todos. Provavelmente é o filme mais requisitado do Netmovies de Kentucky no momento.

No mais, jogando para escanteio a questão demoníaca, por um lado, e a euforia pela vitória obamística, pelo outro, penso que o primeiro presidente negro da história do nosso grande irmão será não mais que um bom presidente dos Estados Unidos, o que nem sempre - nunca? - tem relação alguma com ser bom para o restante do mundo.

Ao menos a vitória simbólica de um negro que chegou à presidência é a coisa mais fantástica que já ocorreu no combate ao racismo dos babetas. Embora não espere muito do novo presidente, não custa nada torcer. Ou, como diria Vladimir Lênin em outubro de 1917: O sol é só uma promessa, eu tenho pressa, vamos nessa direção.