quarta-feira, 26 de setembro de 2007

NÃO EXISTEM GAYS NO IRÃ



Mahmoud Ahmadinejad é um sujeito simpaticíssimo e machão - tão simpático quanto uma bomba atômica, é claro. Praticamente um Charles Bronson de burca. Declarou nesta semana, por exemplo, que no Irã, país que dirige, não há homossexuais. Nem um mísero e escasso viadinho. Sabe aquele seu vizinho quieto que tem um primo do interior chamado Tony? Então, lá não tem. Nem vizinhos quietos nem primos do interior chamados Tony.

O repórter Caio Quero teve a oportunidade de confirmar o que disse o viril Mahmoud quando foi cobrir um show de bandas indies em Teerã. Para quem não conhece, Caio é uma espécie de Zeca Camargo do Cangaíba. Pois nosso enviado percorreu os becos e bocas da capital iraniana e de fato não encontrou nada que remetesse ao homossexualismo. Aquela rapaziada que fica sem camisa na praça Voluntários de Alá durante a madrugada mexendo com os carros que passam, por exemplo, confirmaram que são todos héteros. Também o Mesopotâmia Desvairada Bar e Sauna, conhecido como o melhor banho turco do Oriente Médio, não tem o registro sequer de um mísero beijinho de bochecha entre seus integrantes.

Parece que houve um boato da existência de um homossexual perto da fronteira com o Turcomenistão, mas ele teria sido achado dentro da válvula de enriquecimento de plutônio da usina nuclear local. Foi uma forma de pedir perdão a Alá - porque, como se sabe, homossexualismo é coisa do demo.

Agora, sabe o que tem no Irã aos montes? Judeus. Aos borbotões.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

DUAS SOLUÇÕES DRÁSTICAS PARA O FUTURO DA NAÇÃO

Diz-se que todo marxista das antigas que se preze deve sempre ter o apontamento para a solução do problema, seja este a dívida externa ou a unha cravada. Se não der tempo de arrumar uma solução, ao menos um discursozinho tem que ser praxe.

Imagine a cena hipotética: o barquinho de um marxista de carteirinha afunda no oceano. Enquanto ele engole litros de água salgada e óleo – porque não existe mais água do mar sem óleo – um tubarão pinta na frente dele. No exato instante em que o bichão lambe os beições e a ele dirige um olhar de cobiça gastronômica, o marxista aponta-lhe o dedo na cara e diz, antes de ser devorado: “Você me come hoje, mas amanhã um japonês de pesqueiro clandestino há de vingar-me desta opressão”.

Confesso que sou tão marxista quanto a Patrícia Marx, mas adorei a idéia (nada contra o Karl Marx, muito pelo contrário, mas é que eu sou um burguês típico, lamentavelmente, apenas com um pouquinho mais de autocrítica que meus pares de Moema e Jardins). Para tal, passei os tempos em que sumi deste blogue meditando sobre o futuro da nação. Como um daqueles caras durões de filmes western, fui a um boteco fuleiro, bati com força no balcão, entornei uma dose de conhaque Presidente e meditei – chupa, Dalai Lama.

Ao término do ritual – dois minutos depois, um pouco mais, um pouco menos – achei a solução final para dois grandes problemas do Brasil - chupa Dalai Lama de novo. A boa notícia é que, se seguidas minhas sugestões, os jornais poderiam fazer o favor de estampar outras manchetes, porque essas já encheram minha humilde e mui sincera paciência:

CRISE AÉREA – Proíbe-se o avião no Brasil. Quem quiser viajar para o estrangeiro (adoro expressões de speakers do Repórter Esso), vai ter que ir até o Paraguai para tal. Veja bem, ir até o Paraguai compreende-se pegar aquele busão que um dia foi da Viação Cometa e que sai da Praça da República toda quinta-feira à noite rumo a Puerto Iguazu. Esse negócio de grooving passa a ser um problema exclusivo do General Lino Oviedo, que andou assassinando uns caras mas que agora tem tudo pra ser o presidente paraguaio de novo. Além de avião algum tentar mais parar no ponto da Avenida Washington Luís, a nova geração das Senhoras de Santana que pretendam fazer compras em Miami terão um free shops muito mais free, que é todo o Paraguai, conforme atestariam os japas coreanos do Stand Center. Nelson Jobim, sua besta, atente para o que eu estou dizendo.

CASO RENAN – Extingue-se o Senado Federal. Mas como o prédio do Congresso é bonitinho, mantemos apenas o Eduardo Suplicy ali dentro, que duas vezes ao dia cantaria Blowing in the Wind aos turistas gringos, que a ele jogariam umas moedinhas em contribuição ao Renda Mínima. Renan Calheiros poderia voltar para as Alagoas onde se tornaria garoto-propaganda da Schincariol, a cervejaria que, dizem, comprou a fábrica de refrigerantes dele a um preço superfaturado. Fica aí uma sugestão de propaganda: o Renan chega a uma birosca com pose de malandrão. Lá dentro, repórteres, procuradores-públicos e deputados tentariam fazer das bolas dele ovinhos de codorna de tira-gosto. Ele então abre uma Nova Schin e uma morenaça com decote vem para salvá-lo. Imagina quantas jornalistas de terceiro escalão o Renan não iria comer com o sucesso da propaganda.