REINO DA ALSÁCIA E NOÊMIA
Há muitos séculos, encravada na Europa Central, entre a Floresta da Westfália, o Condado da Pomerânia do Norte e o Império Austro-Urso, se localizava o Reino da Alsácia e Noêmia. Era um lugar minúsculo e inóspito, contrastando com a exuberância do Império vizinho. O reino era comandado pela Rainha Noêmia IV, a Louca, da Dinastia Flosi. A rainha ganhou este epíteto por sua obsessão em ser desagradável para com seus súditos. Entre suas obras estava obrigar todas as mulheres do reino a lavarem suas melenas na água de salsicha, de modo que todas elas se tornassem ruivas. A dita rainha achava que deste modo as novas gerações de noêmios certamente iriam nascer com as medeixas rubras. Quando a prole de novos súditos nasceu e a rainha notou que seu decreto não obteve êxito, mandou perseguir e expulsar da região todas as mães e seus filhos.
Mas uma peste enfraqueceu o poder real. Milhões de lagartixas invadiram a Alsácia e Noêmia, levando a rainha à loucura (ela já era louca, mas a situação periclitou-se ainda mais). As lagartixas devastaram as plantações e fizeram do único rio do reino um enorme piscinão de Ramos para lagartixas. Como última opção, a Rainha Noêmia Flosi foi em vigília até Vivesburg, a capital do Império Austro-Urso. Queria uma audiência com o Imperador Ferdnando I, o Urso, precursor da Dinastia Vivesov. Após um mês de espera, o Imperador concedeu uma audiência de dez minutos à rainha. Esta implorou, de joelhos, para que o império interviesse com seu poderoso exército e sua avançada tecnologia em favor dos famélicos noêmios.
Assim ocorreu. Em apenas dois dias sob fogo dos arsenais ursos, as lagartixas foram dizimadas. Mas a população local, temerosa de voltar sob as rédeas da rainha louca, organizou um motim e implorou para que os austro-ursos permanecessem no poder. "A voz do povo é a voz de Deus", declarou o Imperador Ferdinando I, que apesar de tudo era ateu. A Rainha foi expulsa da Alsácia e Noêmia dias depois, as mães dos filhos não-ruivos voltaram e o reino foi anexado pelo império vizinho. Em comemoração, esta data passou a ser o feriado de libertação do local, e a lagartixa como animal sagrado noêmio. Poucos séculos depois, a Alsácia Noêmia foi totalmente incorporada pelo império e passou a existir somente nos livros de história.
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